24.6.05

Ontem eu vi o Brasil

Centro do Rio de Janeiro, em dia de semana, início da noite. Pessoas saem do trabalho, outras se dirigem a museus, cinamas, teatros. Os bares estão tomados por grupos, colegas de trabalho que - fora do teatro de produtividade, trocam de máscara - conversam coisas amenas: piadas, maledicências, clichês sobre notícias de jornal.
Um homem espera sua vez de falar pelo telefône público. Aguarda que outro, de terno, termine de anotar algo em um caderno pequeno. Onde estão essas pessoas do centro do Rio?
De uma passagem telespacial, de um portal trans-histórico, um negro surge na ruo onde não passam carros. Cabelos brancos, ombros curvados para trás, a mão esquerda segura o braço direito pouco abaixo do cotovelo (meu deus!, ciaste uma nova espécie no futuro do país, um super-homem em posição tão improvável, impossível; um homem do futuro).
"Marechal Deodoro, Floriano Peixoto, Prudente de Moraes, Campos Salles, Rodrigues Alves, Affonso Penna, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca", ladainhava, "Marechal Deodoro, Floriano Peixoto, Prudente de Moraes, Campos Salles, Rodrigues Alves, Affonso Penna, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca", ladainhava, ladrava, "Marechal Deodoro, Floriano Peixoto, Prudente de Moraes, Campos Salles, Rodrigues Alves, Affonso Penna, Nilo Peçanha, Herrmes da Fonseca, todos eles iguais".
Folk, Pueblo, People, Povo: um pouco louco, um pouco bêbado, olha para um monte de nomes que nada lhe dizem, a não ser sobre sua própria imcapacidade (inominável: o que não tem nome, o que perde o nomo, o que, por não ter nome, não age).

(isso ficou clichê)

1 Comentários:

Anonymous Anônimo escreveu...

não achei clichê, me amarrei muito no final... fiquei a fim de ler o anterior, mas não deu tempo agora (to descendo a serra). cerveja até sexta-feira, por favor... hahaha abraços

12:03 PM  

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