11.2.05

Quarta-feira de cinzas

Pensando em Balhtin e em minha vida

Ontem não foi dia de trabalho. Nem anteontem. Mas amanhã será. Ontem eu me vesti de rei, e o rei se vestiu com minhas roupas, e depois lhe concedi um abraço. E eu pude, por um momento, esquecer de meus problemas, maiores do que os do rei, e ele pode esquecer os problemas monárquicos, maiores do que os meus.
Amanhã voltaremos para nosso lugar. Eu estarei sonhando que meu trabalho é aquele que eu amo, que sei escrever e que fico compenetrado diante de importantes papéis que todos lerão; que não sou mais o analfabeto que aperta botões e que tenta de todas as formas aprender e ser bom e alardear a magnífica competência literária e argumentativa latente, inexplorada. E estarei ansioso para receber novas promessas, novos "tenho certeza de que você será grande assim que você souber escrever, e eu te ensinarei".
Enquanto isso, o rei estará pensando em como o mundo seria bom se todos fossem como ele, e não apertadores de botões analfabetos.

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