6.7.06

Salve o nosso líder, Jorge Mautner!

Bem, já que eu não consigo escrever, vou publicar um trechinho do livro "O filho do Holocausto", que a Agir vai lançar este mês:
"Mas parei de beber subitamente, motivado por uma quase tragédia fatal que ocorreu justamente por causa dos efeitos nefastos de tanta bebida alcoólica sem restrições!
E a tragédia quase fatal começou quando eu ouvia pelo rádio a transmissão de um jogo do Corinthians contra o São Paulo. Estava em companhia de um amigo e colega estudante do Colégio Dante Alighieri, eu torcia para o Corinthians e ele para o São Paulo Futebol Clube. Estávamos no pequeno apartamento do meu pai, que ficava a apenas alguns metros de distância da casa onde eu morava com minha mãe e o Henri, meu padrasto. Claro que, antes mesmo do início do jogo, começamos a beber fartamente. Lá pelo final do primeiro tempo estávamos já embriagados. Sucede que o São Paulo venceu. E eu avisei em tom ameaçador para o meu amigo Frederico:
— Você pode ficar contente porque o seu time ganhou. Mas não venha festejar fazendo gozações e debochando do Corinthians!
Claro que o meu amigo Frederico, embriagado como eu, não resistiu e começou a debochar do meu time perdedor. Dei-lhe um segundo aviso, já com a voz mais irada e ameaçadora, porém, como era de se esperar, isso de nada adiantou, e apenas fez com que Frederico debochasse cada vez mais do meu Corinthians derrotado. A partir de certo momento não resisti e meu ódio tornou-se avassalador. Agarrei uma espécie de punhal, de lâmina afiadíssima e pontuda, que servia de abridor de cartas para as correspondências do meu pai, e ameacei meu amigo Frederico, dizendo:
— Cale esta boca agora senão eu te furo de morte!
E, quanto mais eu ameaçava o meu amigo Frederico, mais ele aumentava o teor de intensidade do seu deboche. Num dado instante, perdi a cabeça, e, para mostrar que não estava brincando, enfiei a pontuda faca de lâmina afiada na região de seu abdômen. Frederico mal acreditava no que se passava. Lembro-me da expressão de seu olhar incrédulo olhando para mim. Naquele instante ele desmaiou. Graças a Deus meu pai chegou naquela hora e pudemos levá-lo, meu pai e eu, para o pronto-socorro do hospital que ficava bem ao lado do lugar onde se passaram esses lamentáveis acontecimentos. Mais tarde o médico nos disse que por pouco Frederico teria morrido, pois a ponta da pontiaguda faca por poucos milímetros não atingira fatalmente o seu fígado, o que teria sido fatal.
A minha amizade com Frederico acabou e eu, a partir daquele momento, parei para todo o sempre de ingerir bebida alcoólica, fosse qual fosse seu teor de álcool, sempre atemorizado por aquela terrível irrupção de um ser monstruoso e assassino por causa da bebida.
Para poupar minha mãe de sofrimentos indevidos, eu e meu pai nada contamos para ela sobre esses quase trágicos e deploráveis acontecimentos, resultados de torcedor fanático e alterado de futebol, que quase matou o seu amigo!"

1 Comentários:

Blogger Andre escreveu...

Doideira, hein, cara!

Tava sumido daqui, manda outras paradas. Abraços

7:57 PM  

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